quarta-feira, novembro 28, 2007

Cheers

Não sei se é do frio ou da época natalícia que se aproxima, mas o facto é que não consigo acordar a dormência que em mim reside.
Lembro-me dos meus tempo áureos de teenager inconsciente (puto novo com problemas na consciência), que ainda não tinha acabado as férias do Verão e já tinha alguns dos meus amigos a sugerir destinos de pura peregrinação. Discutidos sempre com a mais alta importância e seriedade após umas dezenas de Superbocks.
Cada destino era pormenorizadamente descrito, com direito a várias idas e voltas à casa de banho e passando pelo balcão para fazer o abastecimento de tremoços.

Isto para quem não encontra lógica alguma no palavreado que estou a esforçar por transmitir, o assunto é o seguinte (e quem me conhece sabe que sou mesmo assim...falo, falo e ninguém percebe nada) : Passagem de Ano Novo!

Ainda sofro desses incontornáveis arranjos (certas vezes de última hora) para encontrar um quarto de apartamento (dividido por uns 10 mastuços) que normalmente tinha como destino o sul do nosso Portugal.
Todas as pessoas que passam por esta situação stressante sabem bem do que estou a falar.
Não! Não me estou a referir a um quarto de hotel com 10 gajos, em que um dos únicos divertimentos era cagar no elevador e depois tirar fotografias em cada piso que este parasse (e reparem que isto requer uma certa mestria quando é executado com o elevador em movimento). Ou, de correr todos nus, a cantar o hino do Vitória de Setúbal e cobertos de manteiga de amendoim.
Refiro-me apenas ao ritual de se ter que se marcar antecipadamente (falo em meses) o quarto para se poder usufruir de uma simples noite.
A prática deste ritual, leva-me a reflectir sobre o real motivo que levará inúmeras pessoas a fazê-lo, tendo sempre a preocupação de que a coisa corra 5 estrelas, sempre com grande estilo!
O caso mais clássico é o típico individuo que se veste como se fosse para um casamento real. À medida que a noite se vai desenrolando, é sempre possível observar a fila indiana que é feita(tendo o álcool como único nutrimento necessário para combustão do aparelho digestivo) ao som do grande aparato musical do “apita o comboio”. Sem faltar o ritual das passas com as 12 badaladas (se não houver passas, também serve despachar 12 cervejas). A qualquer momento poderá-se-a observar um pouco por todo o lado, o típico coma alcoólico, em que os respectivos indivíduos acordarão abraçado aos beijos a uma sanita entupida com o seu próprio vomito.

Que movimento, que força da natureza nos torna seres abençoados com a capacidade de viver assim tão intensamente?
E tu já pensaste onde vai ser a tua Passagem de Ano Novo ?

2 comentários:

kakauzinha disse...

Mas é claro que sim!

Os brasileiros vivem para a festa máxima em que vão desfilar sambando nas suas fantasias, mais eles do que elas porque estas resolveram usar apenas o que as clínicas de cirurgia plástica aperfeiçoaram,ou tiraram e puseram aqui e ali, tornando a visão de todos os homens que as babam no mais perfeito Carnaval.

Eu vivo para a passagem de ano, não desfilando, é claro, porque não tenho cacau para remediar a imperfeição, mas também sambando um pouco porque até me ajeito. E como já tenho a barraca armada no deserto, camelo à porta e tudo, já tenho o meu "carnaval" mais que imaginado e "vou pra fora cá dentro".

Inté, Menino Lewis, e votos para que não se engasgue nas passas ou fique a boiar na cerveja.

:)

Lewis disse...

Sinceramente, as minhas passagens de ano tornaram-se uma incógnita. Portanto, nem sei como e onde....